25 de julho de 2008

O TEMPO PASSA, O TEMPO VOA...

Não tenho muito tempo para escrever agora, mas não gostaria de deixar essa data passar batido: 24 de julho.
Há exatamente um ano eu deixava o Brasil (embora ainda não faça um ano que cheguei no Canadá). Parece que faz uma vida!

Até o último minuto ainda estava colocando coisas na mala e me despedindo de algumas pessoas. Então passei uma semana com a Aline e o Guilherme. Aquela semana foi muito boa para "quebrar" o choque da mudança. Era como se estivesse em férias.

Saí do Brasil sem saber o que me esperava. Cheia de sonhos e medos.
Muitos sonhos se realizaram e o medo já foi quase todo embora.

Como eu resumiria tudo isso em uma palavra?
CRESCIMENTO.

O meu post "Quando a porta fica atrás" expressa bem tudo o que penso a respeito.

Infelizmente preciso ir agora.

Um grande beijo a todos.

Inté!

18 de julho de 2008

TUDO FORA DE ORDEM

Ok, ok. Eu sei que ainda não contei sobre a vinda dos meus pais para cá em junho. Ainda nem falei da viagem a Berlim, em março.
Mas para não deixar ainda mais desatualizado, vou falar do que fiz na quarta.
Pela terceira vez fui a Nova York. Passar o dia apenas. Loucura? Não. Apenas um vício. Nova York é difícil de largar.


Dormi duas horas e logo já estava no carro, com o Elias e o Frank (seu amigo).
Chegamos cedo e quebrados. Mas não nos abatemos.

Ainda hoje não consigo compreender de onde tiro essa energia absurda para viajar. Pareço uma maquininha. Ainda bem que o Elias tem o mesmo ritmo.

Primeira parada, Central Park. Com um copo de algo próximo de Frapucino de baunilha (nunca consigo decorar o nome inteiro disso) do Starbuck’s sentamos na grama para descansar.
Tirar o sapato e ter contato com a terra é sempre muito bom.Mais uma vez o bom e velho metrô confuso de NY.Times Square. Frank, que veio de Copenhagem, ficou impressionado. E os guardas estavam bem “interessantes”.Biblioteca Pública. Mais um guarda.E então o momento mais esperado por mim: subir no Empire State Building. Estive em Nova York em janeiro e em junho, mas não havia tido tempo de subir.
Depois de um zigue-zague quilométrico – que me lembrou muito o Playcenter, aliás – finalmente chegamos lá em cima. Super cheio. Bando de desocupados! Fazendo turismo em plena quarta-feira?????? Hahahahahaha

A vista é de tirar o fôlego. (Agora vocês podem ter uma noção do tamanho do Central Park. Comparem com o tamanhos dos prédios que o circundam.)

Maravilhosa. Espetacular. E, lá embaixo, Nova York segue com sua trilha sonora mais conhecida: sirenes. E taxis...

Passaria o dia todo lá. Saudades do Banespa...

O calor aumenta e paramos para almoçar. Às 3h00 da tarde! Comida chinesa.

Seguimos para a Grand Central Station. A diversão passa a ser observar as reações de Frank. Fazia tempo que não via alguém se espantar tanto com um lugar.

Paradinha para um chessecake do Junior’s.Vocês acham que eu deixaria passar? Levito, volto e seguimos para o Grand Central Market, um pequeno marcado de peixe, especiarias e frutas dentro da própria estação de trem. Pitoresco. Me lembro de meus pais, que tanto gostaram desse detalhe.

Elias dá-se conta que perdeu o boné no restaurante chinês. No lugar da cara animada de mochileiro veem-se rugas e frustração. Ok, vamos voltar até lá e recuperá-lo. As feições voltam ao normal. Ou até mais animadas.

No caminho para o metrô achamos uma televisão na rua. Muita risada. Quando eu contar sobre a passagem de meus pais pelo Canadá vocês entenderão. Agora apenas memorizem esse fato.

Tentamos ir até a Ponte do Brooklyn, mas caímos na real e admitimos que não daria mais tempo.
Entendem agora por que “tenho” sempre que voltar a Nova York? A cidade é inesgotável.

O Elias e o Frank seguem para o La Guardia e eu sigo para o JFK. Não chego ao aeroporto antes de ir na direção errada da linha A. Isso sempre acontece e acho, honestamente, que o conhecimento total e absoluto do funcionamento do metrô nova iorquino é direito apenas de seus nativos.

Check in tranquilo. TSA, idem. Ando um pouco pelo aeroporto e fico simplesmente hipnotizada pelo que vejo através da janela. No portão, a boa notícia: vou embarcar numa boa.
Vôo tranqüilo. Comissária simpática.

Já em Montreal, perco o ônibus por causa de 3 minutos. Espero muito pelo primeiro. E pelo segundo. Primeira linha do metrô. Corro para pegar o último trem da segunda. Já estou capotando de sono.
Ando até em casa e fecho a porta à 1h10.
Tomo um banho rápido e ... cama!

Mas antes de terminar esse post só queria dar uma notícia que não tem nada a ver com toda essa viagem. Fiz o teste de volante para tirar a minha carteira de motorista canadense. Passei! Ueba!!!

Inté!


P.S.: Ainda vou colocar mais fotos. Confiram o blog e o fotolog.

10 de julho de 2008

QUANDO A PORTA FICA ATRÁS

Resolvi dar uma pausa nas atualizações e escrever sobre outra coisa hoje.

O comentário que a Cris me deixou no outro post me chamou atenção a algo sobre o qual nunca havia escrito antes: sair de casa.

Quando criança a gente sempre tem padrões comuns de como o futuro vai ser. Para mim, o ano 2000 era uma coisa tão distante! “Nossa! Terei 24 anos!”. Seguindo exemplos de dentro de casa eu achava que já estaria casada e com filhos.

O destino reservou algo bem diferente. Naquele ano eu estava fazendo uma das melhores viagens que já tive. E, lá no Cairo, me lembrei dos “planos iniciais”.
A vida é engraçada. Quase imprevisível.

Minha idéia de sair de casa era a mais óbvia possível: casando. Não é de se espantar, tendo em vista que cresci em uma família com uma média de 3 casamentos por ano.
Me via sempre como aquela personagem do filme de Steve Martin: “O pai da noiva”. Nunca me esqueço da sua última noite em casa. Cheia de ansiedade, ela nem consegue dormir. E lá estava eu também, imaginando a cara do noivo e as longas conversas que eu teria com meus pais na noite anterior ao casamento. Imaginava como seria a última noite no meu quarto. E pensava na transição entre a, então, “minha casa” e a “casa dos meus pais”.

Mais uma vez o livro da vida reservava páginas bem interessantes.

Sim, também não dormi na última noite na minha casa. Conversei muito com meus pais e, nos meses anteriores, procurei fazer o máximo de coisas junto deles. Tinha que aproveitar.
Chorei muito e pensei em como seria o dia seguinte. Como seria deixar para trás tudo aquilo. Dar-se conta de que a infância e a adolescência realmente acabaram. Tantos anos! Como seria encarar uma fase nova...

Não subi ao altar, mas fechei minhas malas e segui para o aeroporto.
Talvez tenha sido até mais difícil, já que além da distância emocional, também teria a - enorme – distância geográfica.
Saí como se tivesse sido arrancada do conforto e segurança que me abrigaram por tanto tempo.
Dividida entre a tristeza e a alegria, se é que isso é possível.

Hoje, quase um ano depois, vejo a coisa de outra forma. Sim, foi o fim de uma fase. Sim, foi extremamente penoso. Mas sinto que apenas extendi o “meu território”. O conforto e a segurança não estão em tijolos, mas naqueles que os habitam. Ir ao Brasil algumas vezes e receber meus pais aqui no Canadá me fizeram ver que os laços estão cada vez maiores e que superam qualquer distância. Se eu soubesse disso antes, teria saído de casa apenas com a alegria de poder crescer e amadurecer. Talvez no lugar da tristeza haveria apenas um pouco de insegurança. Ou melhor, ansiedade. Apenas ansiedade. E seguiria meu caminho.

A gente traça um caminho ou apenas o segue? Ainda não sei. Talvez nunca venha a saber. Mas de uma coisa estou certa. Está nas nossas mãos a forma como vamos caminhar.

Inté!

5 de julho de 2008

MEMÓRIAS DO TEMPO QUE PASSOU VOANDO

Nada na vida vem sem sacríficio. E as minhas férias não foram diferentes. Trocando folgas desde março (e ainda com algumas para pagar) consegui um feito único: transformei os 5 míseros dias de férias quem me deram em 30. Isso mesmo. 30 dias corridos. Quem disse que eu não conseguiria?

E vamos ao Brasil.
Um mês antes já estava correndo por aqui para deixar tudo em ordem. E na última hora ainda tinha encanador em casa. Quase fiquei doida.

No Brasil não foi diferente. Casamento do Dani e da Eloá. Quem disse que eu ia descansar? Doce ilusão. Correria o tempo todo.
Sempre tive casamentos para ir, mas nunca imaginei que havia tantos detalhes e se pensar.

Entre uma coisa e outra consegui ver alguns familiares. Almoçar na vó, bater papo com primos. Ainda consegui ver a Kelly e a Karla, pessoas também muito importantes para mim.
Meus gatos também não poderiam faltar. E, já que estava lá, por que não fazer um check-up? Não confio nos médicos de Montreal. E depois que vc acostuma com uma, não tem jeito.
Pelo menos dessa vez consegui andar um pouco por Sampa. Não poderia deixar o Girondino na mão, não é mesmo? O Banespa fica para uma próxima. Promessa.
Pastel, caldo de cana, pão de queijo, palha italiana, bala 7 Belo, brigadeiro. O bolinho de abobrinha, minha mãe ficou devendo. Mais uma vez.

Andar por São Paulo e ver todo mundo me fez um bem enorme. Qual a sensação? De que o Canadá nunca existiu. Como explicar? Não faço ideia. Vai entender. Mas tudo isso ressaltou ainda mais a paixão que tenho por essa cidade.
E, dias depois…

Despedida de solteiro no "The Clock". E muito frio. Isso me persegue! Casamento no civil. Meu irmão está mesmo casando????
No meio da semana, aniversário do meu pai. E a velha tradição de acordar o aniversariante na cama, com bolo nas mãos e cantando parabéns. Isso não tem preço.
Então chegou a hora do casamento. O tão esperado casamento.
Todo mundo arrumado, seguimos para a igreja.
Eu fui sozinha com o Dani, que já estava emocionado. Naquele trajeto toda a minha infância passou pela cabeça. Ele está mesmo casando! Subimos ao altar.
Padrinhos a postos, entram o noivo e a mãe. Nossa, minha mãe é a mãe do noivo! Ao som de “One”, do U2, eu não me aguentei. O Dani estava tão lindo!
A cerimônia foi muito bonita e a festa também. Comi, dancei, e estive a maior parte do tempo descalça. Encontrei gente que há muito não via. Pena que passa tão rápido.
Ver o Dani indo embora com a Eloá afirmou o fim de uma fase. Devo confessar que me doeu o coração. Será que foi isso que sentiram quando eu saí de casa? Não é fácil.
No dia seguinte embarcaram para a lua-de-mel e eu aproveitei, já que estava no aeroporto, para rever o pessoal da Delta, me atualizar.
E na segunda éramos nós acabando de fazer as malas e seguindo para o aeroporto.
Minha viagem acaba aqui. A dos meus pais só começou.
Mais detalhes no próximo post. E acompanhem as fotos lá no fotolog: www.fotolog.com/robertapedra
Claro que essas não foram as únicas que eu tirei!

Inté!