QUASE NO FIM DA PARTE I

Bom, como muitos sabem, antes de seguir com a minha nova fase, decidi passar umas férias (mesmo que curtas) em Detroit, com a Aline e o Guilherme. O tempo está maravilhoso. Super quente! Hoje fez 35 graus! Para a inveja de alguns paulistanos. Hehehehehe
Mas a gente conversa sobre frio daqui alguns meses…

Estou bem tranqüila. Tudo tem transcorrido muito bem. Já passeei por vários lugares aqui. Conheci Detroit, que não é exatamente onde estou. Fizemos um passeio muito bom de barco pelo Rio Detroit, bem na fronteira com o Canadá.
Northville é uma graça. Ontem conhecemos o “centrinho”. Super pequena e mais parece uma maquete. Agora estou aproveitando para conhecer a Starbucks como se deve e acabar com a minha crença de que lá só tem café. Nada disso. Tomei um negócio de baunilha ontem!!!!! Muito bom!

Estados Unidos é um lugar engraçado. Os americanos criam dezenas e dezenas de produtos de limpeza miraculosos… mas não usam nenhum. Os armários de cozinha grudam de tanta sujeira. E o que eles fazem? Pintam por cima! Argh! Nada como uma limpeza brasileira. Já vi vários carros que mais pareciam despensas. Tanta tranqueira dentro que não sei como o dono consegue entrar.

Hoje passamos o dia cuidando de filhotes de passarinho que teimavam em sair do ninho e cair no chão. Infelizmente dois não agüentaram. Mas acho que os outros conseguirão. Assim espero.

Amanhã cedo embarco para Montreal. É aí que a nova fase começa. E fico muito feliz, pois todos os trechos por onde passei e vou passar, tem gente me esperando. Conforta demais.
Desde já agradeço por tudo o que estão fazendo por mim. Em São Paulo, em Northville e em Montreal.

Um abraçao! Inté!

P.S.: Vejam as fotos no fotolog. O link esta na coluna da direita, aqui no blog mesmo.

EM TERRAS YANKEES

Chega no aeroporto de Guarulhos
Pesa as malas na Air Minas e se alivia por estar dentro do limite de peso
Encontra todo o povo da Delta e mata saudades
Faz o check-in
O passaporte fica no balcão
Os amigos e parentes vão chegando ao aeroporto
Feuer dá uma bronca, pois lugar de dinheiro e passaporte é na bolsinha de turista
O pessoal se diverte com a mala de mão
Mãe, pai, Dani, Eloá, tia Maria da Graça, tio Luis, Christina, Feuer, Priscila, Alê, Kelly, Karla e seu amigo
Enrola ao máximo para poder ficar com todo mundo do lado de fora
Despedida
Choro
Muito choro
A mãe acompanha na fila
Entra
Fica tentando ver todo mundo a cada virada da fila
Passa pela Federal
Corre, pois está em cima da hora
De gozação Augusto anuncia o nome no sistema de som, para desespero de todos do lado de fora
Jaque libera a executiva e sem ninguém sentado do lado
Conversa mais um pouco com o pessoal da Delta e finalmente entra no avião
Champanhe
Quase não consegue guardar a mala no compartimento superior
Decolagem
Mais choro
São Paulo, família, amigos e gatos estão ficando cada vez mais longe
Castanhas, nozes e amendoins
Entrada com alcachofra
Sopa de milho
Comissário (Joseph Brown) super atencioso e simpático
Salmão
Sorvete
Cansaço
Brinca com a televisão particular
Cochila um pouco
Café da manhã
Logo sobrevoa NY
Fotos
Desce do avião agradecendo pelo ótimo atendimento
Munca mais vai querer voar de econômica de novo
Passa um calor desgraçado em NY
Redespacha as malas
Acha que está atrasada, mas na verdade ainda está na hora do Brasil
TSA
Tira sapato
Põe sapato
Sobe escadas com todo o peso da mala
Não há carrinhos para malas
Atravessa o JFK do portão 2 ao 25 e quase tem um colapso
Mais um embarque
Mala de mão brecada
Começa a abrir no meio da pista para tirar coisas de valor e frágeis para poder despachá-la
Entra no avião que mais parece uma van de tão apertado
Quer executiva de novo. Já está mal acostumada
Segue pingando de sono
Desce em Detroit
Anda mais um bom tanto até a esteira de bagagem
Tudo chega inteiro, mas cadê carrinhos?
Lá também não tem
Mas quem disse que americano gosta de exercícios físicos?
Percebe que não tem moedas para ligar para casa e para o Guilherme vir buscar
Pede a um americano, que gentilmente vai buscar troco
Outro aparece do nada e oferece seu celular para fazer a ligação e ainda ajuda a levar as malas para fora do aeroporto
Guilherme chega e põe tudo no carro
Encontra a Aline e vem almoçar
Passeiam à tarde
E tudo começa….

Inté!

TIME TO GO... (Último no Brasil)

Malas feitas
Peso controlado
Últimos preparativos
Muito brigadeiro, pão de queijo, guaraná, sagu (sim, eu gosto muito)
Apenas duas horas de sono
Muito choro
Saudade desde já
Agradecimento por tudo e por todos
Despedidas
Expectativas
Apreensão
Ansiedade
Desejo deparar o relógio
Vontade de levar todo mundo junto
Vontade de ver aqueles me aguardam lá
Coisas incabadas deixadas para trás
Poucas contas a pagar
Celular por desligar
Carro para vender
Tempo horroroso, nada de sol
E o coração apertado...

Inté (qualquer hora)

PEQUENOS DETALHES

Olá!
Puxa, achei que conseguiria escrever antes. Bom, também achei que teria um pouco de sossego e nada disso aconteceu.

Mudança dá trabalho. Me lembro de quando fui ao correio para enviar meus documentos e dar entrada no processo para pedir o visto. Estava começando a me recuperar de uma das piores fases da minha vida. Decidir ir embora depois de ter sido iludida por uma pessoa que dizia ter interesses em comum quando, na verdade, só pensava em si mesmo foi uma tarefa árdua. Depois disso a conversa com a minha família. E o processo continuou. Documentos, documentos, aulas de francês, entrevista em francês, mais documentos, pagamentos, diplomas, exames médicos (Tenho mesmo que mandar para Trinidad e Tobago? Que coisa estranha...), sigilo diante de quase todo mundo, planos, expectativas, decepções, demissão. Pessoas que sumiram, pessoas que apareceram na melhor hora possível. Família. Amigos.

Depois de muito tempo – mais de um ano, eu diria – meus pais começam a aceitar a idéia, mas ainda não concordam. É duro não poder compartilhar disso tudo com as pessoas. É duro ter que cuidar das coisas praticamente sozinha. Agradeço todos os dias por minha mãe finalmente se envolver no “projeto” e me ajudar pratica, psicologica e espiritualmente em tudo.

Agora me vejo aproveitando absolutamente todos os segundos. Agora entendo exatamente o que é aproveitar o dia como se fosse o último. Quero ver toda a minha família, todos os meus amigos, tudo. Na medida do possível (re)visito lugares, como coisas que não terei lá, tiro muitas fotos, passeio por todos os cantos, visito pessoas, vou ao teatro, ao cinema, abraço muito meus gatos, almoço com um, janto com outro. E ainda não subi no meu telhado. Guardo na memória todos os bons momentos que venho passando e presto atenção a pequenos detalhes que antes passavam despercebidos. Cheiros, vozes, cores, sensações...

E sei que tudo vai dar certo, que vai ser melhor, que vai me realizar, que vou crescer (e apanhar também, por que não). Nova fase. Não é fácil, mas é imprescindível.

Inté!