19 de agosto de 2007

CONTO DE UMA BRASILEIRA EM UM CASAMENTO DE UM ITALIANO COM UMA FRANCESA, NO CANADA (Ainda sob o efeito do álcool)

Era uma vez.....
Acorda podre, pois há duas noites dorme mal. Toma um banho e se apronta para ir ao casamento. Sim, de manhã. Passa na casa do noivo, onde encontram-se vários tipos de sanduíches e doces. Come um pouco, para ter o que fazer, pois não conhece absolutamente ninguém. Perde as contas de quantos “nice to meet you” e “piacere” disse e sai de lá conhecida como “aquela que veio do Brasil”.
O noivo vai para a igreja de moto, seguido pelos convidados.

Igreja pequena, nada de pompa. Apenas um órgão e uma solista. Padre divertido. Os noivos passam a cerimônia sentados em um banco, diante do altar. Um padrinho, uma madrinha.
Sai da igreja e vai para casa, morrendo de frio, pois o aquecimento global fez o favor de bagunçar com o clima canadense. 15 graus em pleno verão.
Descansa um pouco, coloca maquiagem para disfarçar as olheiras, troca de roupa e segue para o salão de festa duas horas depois.

Início de festa tedioso. Entre 160 pessoas, só conhece nove. Conversa com os primos e descobre que no Canadá não se dá presente de casamento, mas um envelope com dinheiro. Uns 200 dólares por pessoa (os mais próximos) e uns 150,00 os menos íntimos. Fica horrorisada e leva horas para acreditar na novidade. Decide que vai casar no Canadá e fugir com o dinheiro.

Todos optam pela garrafa de vinho tinto enquanto ela bebe quase a garrafa inteira de vinho branco italiano. Sozinha! Comida... Antepasto, massa, carne, legumes, sorvete.
Vai dançar. Se diverte muito. Finalmente o tédio se foi, dando lugar a uma festa super animada. A cabeça gira. O animador da festa fala em inglês, francês e italiano. Sim, há um tipo de coreógrafo fazendo o pessoal dançar.
Volta para a mesa para conversar mais um pouco. Tira algumas fotos.
Sente que nem saiu do Brasil, pois a festa é muito parecida, inclusive a quantidade de tarantelas tocadas. Ganha de presente (como convidada) um jogo para vinho, com saca-rolhas, rolha diferente, termômetro. Planeja colocar na sua nova casa.
Dança mais um pouco. E, para a sua surpresa, vê que uma nova mesa de comida está sendo montada. Leitão (sim, vc leu LEITÃO), pães, doces, frutas. Estupefata, decide pegar “só um docinho”. De onde vem tanta comida? E como as pessoas conseguem comer tanto? A fila para tudo isso está enorme. Onde estão os brigadeiros?

O primo oferece para pegar alguma bebida no bar. Ela mostra a garrafa de vinho quase no fim e dá risada. Nada disso evita que ele volte à mesa com um copo de vodca com suco de cramberries (sem tradução a essa altura do campeonato).
Bebe. Inteiro! Gosta. Tem certeza que o fígado vai ficar um pouco “chateado”. Um pouco depois vai embora com a sensação de estar caminhando na lua. Nem vê o caminho para casa e agradece a cada segundo por não ter de dirigir.

Acaba o dia, que começou meio revoltoso, feliz. E podre.

Um beijo. Inté!

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