15 de agosto de 2007

BILÍNGÜE, TRILÍNGÜE, TRAVA-LÍNGUA

Quem disse que morar em um país bilíngüe era fácil? Interessante, eu diria.
Lindo quando se escuta dizer, mas vivenciar é outra coisa. Mas basta meter as caras. É só uma questão de costume.
Se vc está pensando em inglês e francês, eu te digo mais: italiano. Sim, italiano.

Estou morando com um casal de primos italianos. E como acontece com todo bom “paesano”, a língua, a cultura e a culinária estão preservadas. Há 46 anos. Traduzindo... Canal de TV em italiano, rádio em italiano, conversas em italiano, bairro italiano. Meus primos mais novos, nasceram aqui e, como Quebecoises, falam inglês e francês também. Ou seja, três línguas diferentes. Mas o mais impressionante não é a quantidade de idiomas, mas a facilidade com que mudam de um para outro, no meio de uma frase. E isso é natural a eles.

E está começando a ficar natural para mim também. Nos primeiros dias minha cabeça travava, pois à minha esquerda tinha um falando em italiano e à direita um respondendo em inglês. Dava um nó. Ainda dá um pouquinho. Mas já estou vendo muita evolução em quinze dias. Impressionante. Muitas vezes me pego falando em inglês com alguém e pensando em italiano ao mesmo tempo. Onde fica o português com tudo isso? Sentado em lugar de honra no meu cérebro. Minha língua é sempre minha língua. Mas estou muito surpresa. O cérebro é mesmo algo fascinante.

Tirando o português, o inglês ainda é a língua mais fácil para mim. Falo italiano o dia todo e me arrisco em francês na rua.

Mas duas coisas têm me ocorrido e talvez não consiga explicar bem. Só quem passa por isso sabe o que estou dizendo.
Uma é que, às vezes, leio alguma coisa, entendo absolutamente tudo, mas tenho que parar para raciocinar antes de dizer se é italiano, português, francês ou inglês. Não sei dizer. É automático. Os neurônios me transmitem a mensagem, mas economizam tempo tentando saber que língua é. Basta que entenda. Esquisito, né? Talvez alguém aqui consiga explicar isso melhor. Mas é como se todas as línguas tivessem virado uma coisa só.

Outra é que, como ninguém fala português aqui, e muitas vezes tenho que me esforçar em italiano ou francês, quando consigo falar em inglês parece que essa é a minha língua materna. Dá um grande alívio e é como se estivesse falando português. Entenderam? Espero que sim, pois acho tudo isso muito interessante.

Bisous! Baci! Kisses! Beijos! Inté!

P.S.: HOJE É O ANIVERSÁRIO DE UMA SUPER AMIGA: KELLY! MEU, TODA A FELICIDADE DO MUNDO A VC PORQUE VC MERECE. E LEMBRE-SE: OHANA QUER DIZER FAMÍLIA... EMBORA LONGE, SEMPRE PENSO EM VC, VIU!!!!!!!

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ro, entendo perfeitamente o que vc está dizendo, pois vivemos isso juntas da outra vez e me senti muito confusa tb ! Mas pense na experiencia q vc está tendo, é única !!!! Só não vai dar uma de louca e sair falando franportalingues com quaqlquer um, vc corre um sério risco e te acharem uma "Diferent Girl" ... rsrsrs

17 agosto, 2007 14:20  
Anonymous Anônimo said...

Ciao...

Veja bem ... o que está acontecendo com o seu cérebro é muito simples: as sinapses formadas entre os neurônios não seguem a nossa lógica didática e sim o caminho mais curto. Isso é normal, tive muitos problemas quando morei na Rússia, com um gregro uma japonesa e um holandês. Mas você se приучать (oops, escrevi em russo: acostuma)
Espero ter esclarecidos suas dúvidas.... rs

Tá ruim p/ te responder, porque ainda to sem micro em casa, e no serviço tá corrido. Mas espero que esteja tudo bem com você, apesar de suas olheiras (é por não dormir?)
Quando você estiver andando por aí vê se achas umas obras do Arq. Frank Gehry (Candense famoso...)
segue um link de um edifício dele:
http://www.greatbuildings.com/gbc/images/cid_aj2010_b.jpg
bem interessante.....

Ah... eu vi a foto de montreal, muito legal ai....

Bjs
Saudades

17 agosto, 2007 17:37  

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